terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mil anos ou mais.





'- (...) Devo ter envelhecido uns 30 anos nos ultimos 365 dias - média - caminho pelo nascer do sol, hoje menos azulado que na primavera, e o cheiro de cerragem misturado a terra é a unica coisa realmente perceptivel a meus sentidos cansados.
Não que carregue traços de expressão, meu rosto não mudou muita coisa, além de uma ou outra pinta que eu nunca tenha reparado ou alguma velha nova espinha, a minha mutação interior tem acontecido com uma velocidade assustadoramente maior que a fisica.
A mesmice vem trazendo um gosto azedo e tão pouco estimulante aos meus dias, onde estão as pessoas de verdade ? por que todo mundo tem essa insistencia maluca em querer complicar tudo ? - sim, eu me sinto velha - parece que ser jovem é a emoção de bagunçar tudo só pra se sentir em movimento organizando uma bagunça desnecessário, eu cansei disso.
Eu não preciso bagunçar o certo, o certo tá lá, com cheirinho de roupa limpa, tão confortador, pra que querer jogar poeira no ventilador só pra depois ter todo o trabalho de lavar tudo, passar, arrumar - talvez eu devesse me odiar por essa visão hoje, tão simples, tão 'pobre' de vida.
As dores fisicas vão cicatrizar, as psicologicas, não vão embora com um porre - ao menos nesse ponto, eu continuo jovem, não deixarei de beber - , eu coleciono sofrimentos, cada um num cantinho especial, foi aprendizado, foi o bonito que ficou feio, foi o sorriso que virou lágrima, foi a inocencia que virou maturidade, eu não abandonaria minhas dores, passei dessa fase, dessa fraqueza, não vou evitar me envolver por que  'se envolver é se machucar' - e daí se eu chorar um pouquinho? eu respiro fundo e começo de novo  - dor de amor não mata não, já o amor faz um bem danado.

O bom do amor é justamente o sorriso junto, o brilho no olho que faz inveja no povo de fora, aquele cheirinho bom do outro que prende na roupa depois do abraço, o bom do amor é ouvir a voz de sono e mesmo sabendo que a cena que se pinta não é nada bonita mesmo - tem o mal hálito matinal e as remelinhas nos olhos - ver nisso o maior romantismo do mundo, o bonito do amor é isso, fazer o ponto dos 'is' com coraçõezinhos, e carregar uma cara de bobo como marca registrada -
eu não me cansei dessas coisas, não me interprete errado, eu acredito no amor, e ainda tenho disposição a me doar eu só me cansei de brincar de pega-pega, de me conquista daqui, me perde de lá, essas coisas pela metade hoje em dia me dão uma preguiça, eu gosto da tempestade, hoje em dia essa coisa de chove não molha não tem graça nenhuma, cheiro de terra molhada, já basta o da água quando toca o solo, pra minha vida, eu quero emoção, ir aos pouquinhos é um tédio, se for pra isso, fico deitada na minha cama vendo o ventilador rodar, me apego a um bom livro, entro numa historia de amor que não é minha e vivo ela, por que eu sei que ali eu tô vivendo inteira - 
Eu não perdi a inocencia de menina, eu vou carregar o resto da vida o mesmo sorriso infantil de quem usa uma escova de dentes de bichinhos e pasta Tandy, mas envelhecer tanto, pra mim, significou amadurecer, e amadurecendo eu vi, que arriscar-se a brincar com quebra cabeças que faltam peças, é perder tempo sabendo que a figura nunca estará completa, e nesse tempo, bom, você sabe, talvez na outra esquina houvesse um já começado com todas as peças, novinho, esperando pra se montar ao seu.

Do que foi e do que restou, desenvolvi uma preguiça tremenda de tentar juntas peças que não se encaixam, é desgastante demais pra essa vida que tem muito mais a oferecer.

terça-feira, 31 de julho de 2012





'-Não sei até quando você vai ficar na minha vida. Acho que algumas pessoas cruzam nosso caminho para nos mostrar o quanto somos fortes. E eu sou, eu fui, eu vou ser (ah, eu vou!). Lembro do gosto de cada lágrima que chorei, assim como lembro da dor de cabeça de cada ressaca que tive por ter bebido demais pra tirar você do pensamento. Não sei porque a gente tenta beber para esquecer. Beber na fossa implica ficar longe do telefone, segurar os dedos para não enviar nenhuma mensagem de texto, segurar os pés para não sair correndo e fazer alguma besteira que sempre traz um arrependimento azedo.

A gente tinha quase tudo pra ser feliz. Eu tinha um ideal entre os dedos, um romantismo que até hoje não me deixou, um punhado de esperança que desse certo e a certeza de que queria você. Você tinha uma ideia a meu respeito, uma inocência que até hoje não te deixou, umas atitudes sem cabimento e a certeza de que me queria enquanto eu fizesse o que você achava certo.

Acho que a maioria das relações não dão certo porque temos a péssima mania de idealizar o outro. Mas ninguém é príncipe ou princesa, ninguém está aqui atuando em um filme bobo de amor. O dia a dia não tem tanto encanto nem mágica nem sonho nem beijos cinematográficos. O dia a dia é realidade, é defeito, é incerteza. E eu queria fazer tudo para agradar você, tudo, tudo, tudo. Eu fiz tanto que até esqueci de mim, me perdi no meio de tanto querer, derrapei feio, me quebrei inteira e no fim das contas pensei peraí-quem-sou-eu?

Você queria que eu fosse como você sonhava. Só que nossos sonhos não deram as mãos, não se atraíram, não se olharam, não se quiseram. E tivemos que lidar com isso, com as neuras, paranóias, tivemos que lidar com o deslizamento, com o terremoto, com o furacão. E você não teve coragem pra lutar, pra arregaçar as mangas e trabalhar, se sacrificar por alguma coisa, porque você nunca se sacrifica por nada nessa sua vida. Você acha que as coisas precisam cair no seu colo com um laço de fita bonito. Mas as coisas não são tão bonitas assim e nem sempre faz sol e céu azul.

Minha vida ficou nublada sem você e sem nós. Mas será que existiu um nós realmente ou foi tudo coisa da minha cabeça? O nós existe quando os dois fazem questão que ele exista. E sobreviva. E se sustente com o passar dos dias. Mas nada disso aconteceu, seu ego é maior, seu orgulho é maior, seu egoísmo te engole e te mastiga lentamente. E eu perdi o amor-próprio, o juízo, a vergonha na cara e te pedi tantas vezes por-favor-fica-comigo e você nem sequer me olhou nos olhos, você nem teve a capacidade de conversar me encarando, com decência, com honestidade, com carinho. E isso me doeu por tantos dias, tantos meses. Essas coisas todas me corroeram por dentro feito ácido que destrói. E fiquei completamente perdida, rasgada por dentro. E demorei pra me reconstruir e ajeitar de novo todas as coisas na minha vida e na minha história. E ainda penso em você. Não com saudade nem com vontade. Mas como uma coisa que me machucou demais. Porque as feridas demoram muito pra sarar.







- Clarissa Côrrea;

segunda-feira, 23 de julho de 2012

∞ - 16/06/2012 - 18/06/2012 - 25/06/2012 - ∞




Quero ficar junto de você. Te ver fuçando na geladeira, namorando um sapato na tv, escovando os dentes, comendo chocolate, e às vezes, possivelmente, dando um “piti” que não tem roupa pra sair. Quero poder te olhar toda noite enquanto você dorme.   Pra sempre.


(...) Depois de tanto Tempo sem bater forte, era assustador como um simples pensar nela acelerava fortemente meu coração, e os batimentos tão incontroláveis vinham compondo uma nova melodia, nada outrorá semelhante, novo, inusitado, totalmente diferente, como se aquelas mãos geladas viessem aquecer um coração há tempos petrificado, E ela conseguia.. conseguia mesmo, conseguia tão fácil.
Era um beijo, pra qualquer um por certo seria mesmo, um simples beijo - não, não pra mim - era o telhado branco do quarto, desenhando desejos furta cor, do gosto de "eu preciso de mais" que a imagem do teu rosto tão perto havia deixado em mim, era um novo sorriso, um novo olhar, era um novo passo, compasso, melodia .. tão veloz quanto os batimentos cardíacos, foi assim a velocidade com que facilmente instalou-se em mim.

Era o dia que não passava, era o relógio que corria tão lentamente, torturando a cada segundo tamanha a necessidade de te ver de novo, de saber que te teria novamente, talvez eu tenha me feito sua desde o primeiro olhar, desde o primeiro beijo, eu só não podia admitir isso, e eu já não conseguia mais negar,eu te precisava de novo.
Uma voz tão doce, retirando a poeira do meu livro de poesias, me fazia querer reescrever versos, me fazendo forçar novamente os músculos do rosto a sorrir de lado, espontaneamente, - como pode existir alguém tão encantadora ? -
Eu A desenhava em minha memória de 5 em 5 segundos, e me perturbava a necessidade de trazer o sorriso dela pro meu dia, tendo-o tido perto tão pouco tempo como eu poderia ter tamanha necessidade de reescrevê-lo no meu livro de memórias ? o dia arrastava-se desproporcional a minha inquietação.
Ve-lá de longe, a cada lento passo que a trazia para mais perto parecia que congelava o tempo, era uma vontade de correr pra ter você junto logo, pra por fim as Minhas mãos que suavam e não sabiam onde ficar, era vontade de segurar as suas logo e te pedir pra ficar, por que o simples fato de ver você se aproximando me fazia ver que mesmo te tendo pela segunda vez eu já sabia que te queria por uma infinidade de vezes incalculavel.
Não dá pra esquecer o gosto do seu beijo, como quando você sorri assim, com teu rosto tão perto do meu e me faz entender por que os poetas sempre comparam amor a mágia, por que eu sei que naquele momento, o tempo para, tudo para, e não existe nada ao redor que não seja você, como se tua respiração aprisiona-se todo meu corpo, e me fize-se consentidamente sua, por que não há lugar que eu queira estar sem você,e teu abraço, naquele momento eu constatei, era meu lugar favorito do mundO.
Eu fecho os olhos e quase posso sentir o toque das suas mãos, sem vontade de voltar a ver, sem vontade de me soltar do mundo imaginario pra voltar a realidade de saudade instaurada na minha rotina, quando você virá as costas eu te olho com aquele jeito de criança que perde o doce, de quem é atirada em um cinza tão sem graça, eu te olho quase que implorando 'não vai não', e eu então me peguei assim, me peguei sua, me peguei me apaixonando, a primeira vez, a segundo beijo, a toda velocidade.
Tão usual, tão clichê, é dificil palavras novas com a infinidade de malucos por ae querendo recitar de amor, e eu que sempre acreditei em não mais querer usar 'pra sempre', me pego todos os dias te pedindo pra que 'nunca' vá embora, e esperando o relógio apontar 0:00hrs pra pedir todos os dias mais um dia com você.
E tá fazendo um mês, que eu tenho o meu pedido atendido todos os dias, tá fazendo um mês que eu não sei parar de sorrir, qe eu me apaixono cada dia mais, e se for preciso, eu espero meia noite até o fim da vida, pra pedir você mais um dia, e pra que todos os dias seja você. Por que sabe, guarda um segredo ? Tem uma menina um cado longe, com um sorriso bonito, com um olhar hipnotico, com um voz viciante que tomou conta do meu coração de um jeito, que meu dia só começa quando ela acorda, qe meu dia faz bem mais sentido, por mesmo longe ela é sempre a pessoa mais próxima, eu tô apaixonada por ela, duma forma inexplicavelmente tamanha. !
Que as voltas do relógio corram a velocidade da luz, por que eu não aguento mais a falta de brilho que é meu céu longe de você.'




Que seja o mês de muitos ao seu lado, meu bebê <3
 


 '- Prefiro acreditar que você não sabe, que esse teu sorriso solto, travesso, despreocupado com a vida atinge direto no meu coração, prefiro acreditar que você não sabe o quão inquietante é ver teu jeito sem poder te abraçar, te apertar, sem poder sentir teu cheiro e teu calor, gosto de pensar que você não faz de propósito, quando faz gracinha e faz mistério, por que de propósito ou não, você tá me ganhando, a cada segundo, a cada sorriso, a cada bico, a cada suspiro'.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ao mestre;


Ao ídolo .. Ao Melhor Amigo

(...) tão, mas tão pequenininho, que posteriormente não teria como não desacreditar da idade, aquela carinha de 19 anos escondida por trás duma barba mal feita, uma regata preta, não dava nem pra acreditar que já era ex universitário, meu oi sem jeito, todo tímido de quem mal sabia o que estava fazendo lá, e ironicamente hoje agradeço tanto em ter sentido tanto por isso rs

Uma saída, uma conversa rotineira, uma cerveja, as folhas do calendário começaram a a correr que quando dei por mim você já havia crescido tanto (não refiro-me a sua atual barriguinha de cerveja rs), que não era mais o pequeno que conheci na borda da piscina, era o mestre que me fazia mudar a entonação da voz ao referir-me a você, como se teu abraço fosse o fermento, fazendo crescer uma ligação que as vezes é difícil mesmo dizer que eu te amo.
Como eu posso simplesmente dizer ‘eu te amo’ pro ombro que me viu chorar e ficar bêbada tantas vezes ? como essas simples junção de palavras pode ser suficiente pra descrever os sorrisos incontáveis que eu vivi do seu lado, a troca de confidências, os silêncios entendidos, essa mágica que é precisar de poucas ou quase nenhuma palavra pra se sentir entendido.
Cada conversa tão rica de inteligência, simpatia, pureza, tudo com você sempre tão leve, que não haveria mesmo outro lugar capaz de fazer todo o tormento lá fora ir embora se não fosse do seu lado, uma maturidade tão absoluta, que depois de um tempo, acaba-se pegando um pouco, um exemplo tão ‘incontestável’ que dizer que aprendi a crescer com você, é muito mais honroso que quando eu digo que passei sem exames na faculdade rs
Se sorte é ter alguém em quem confiar, posso te chamar de trevo de 4 folhas sem medo, se felizes são aqueles que sentem-se seguros, sem medo, com um porto seguro, posso dizer que boa parte da minha felicidade deve-se ao professor de comunicação oral e escrita, (sei que você subiu de cargo mais eu sempre esqueço qual é rs), mais bonito do C.R.A rs.
Agradeço por saber seu número e seu endereço sem precisar de grande esforço na memória, por conhecer as curvas do seu sorriso, e por saber decifrar o jeito que você olha, são simples detalhes que querem dizer – a gente se tem perto com freqüência – e poucas coisas são mesmo tão boas quanto matar aula pra ficar de bobera no bar com você, ouvindo histórias de cachorros, de dentes, de passado, ouvindo de vida, aprendendo com o melhor.
Meu melhor professor na matéria da vida, meu ídolo não apenas literário, não é que eu não aprecie Drummond, Caio ou Meireles, mais é que quando vem de você, tem um toque tão diferente, mais puro e profundo direcionado com uma precisão tão exata, que só conseguem mesmo aqueles, como você com a sensibilidade apurada, inteligencia e percepção tão elevada que causaria quem sabe até inveja em como é sencivel e direto ao mesmo tempo rs.
é teu dia e como é ótimo vir lhe desejar toda a felicidade do mundo, sabendo que eu estou perto sabendo que meus desejos estão transformando-se em realidade, e acredite o que estivesse em minhas mãos, e se não estive-se eu daria um jeito,por que de tudo que eu quero, uma das coisas que eu mais preciso mesmo é saber que você está feliz!
e com todo o significado que tem a frase, sem todo o blábláblá que se seguiria - Feliz Aniversário, que cada dia a mais no teu calendário tenha uma estrela especial iluminando, tão bonita quanto teu sorriso,e tão brilhante quanto sua alma, você mais do que ninguém já sabe tudo que vivemos e tudo que representa em mim, e o meu melhor sempre vou dar pra cuidar muito bem dessa amizade.

e mesmo achando que 'é pouco pra expressar' - Eu Te Amo , e te admiro tanto que você nem sabe.
No que depender de mim, eu sempre estarei por perto pra agradecer todos os anos por ser o anjo que me foi enviado de presente pra ser o melhor amigo qeu eu poderia ter -

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O último bip

Perturbador por si só, ninguém quer ser o último bip, a última noticia, quando refere-se a qualquer revés do cotidiano vá lá, tudo bem, logo surgirá acontecimento outrora, o contato retornará e ficará tudo bem, trivialmente bem.
Mais quando é amor, a coisa muda, quando é briga então, nem se fala,
a última mensagem é o decreto de morte, não ser respondido é inquietante, a indagação reformula-se de um milhão de maneiras na mente, você se queixa, arrisca alguns ‘não deveria ter respondido, deveria ter mudado o contexto, ter sido mais amoroso, mais indiferente’ . mas, o mais não muda o que já foi e toda a idéia basica é essa, deveria ter agido diferente, e mesmo assim, mesmo com todo o peso da duvida, do remorso da acusação de queixa particular, é confortante, ‘quem disse adeus não fui eu’, se nunca mais houver contato – malditos extremos empregados no sofrimento – se for assim pra sempre quem sumiu não foi eu, a ultima mensagem , está aqui, foi minha, não fui eu quem deu o ultimo passo em direção ao precipício eu fui jogado, sem culpa, sem remorsos, eu fiz minha parte – é quase uma voz no inconsciente gritando como a por conforto em um coração apertado pelo desespero dos atos pré-consolidados, o conforto de não ter o peso da culpa - covarde conforto -. Mas, e quando a ultima mensagem não foi sua ? Simplesmente se deparou a tela estava em branco às palavras gritadas de dentro do coração não atingiam força suficiente pra atravessar o caminho do cérebro transformar-se em verso e do outro lado, alguém com uma inquietude que lhe conhecida, acende o visor de 5 em 5 segundos a espera da noticia que não virá, é fácil, desligar, apertar o botão vermelho e fingir que você não está desativando seu mundo, apenas um sms, nada mais que isso, por que se preocupar tanto ? Mais você se preocupa, sabe que se não responder pode ser o ultimo, sabe que se responder errado pode ser o fim, e tantas formas de sentir medo do mesmo medo acabam fazendo de você o ultimo a colocar ultimo nessa bagunça toda.
E você não estará feliz !
Por que os dedos bagunçam sobre as teclas e quase soam a melodia do ‘vai em frente’ por que eles voltam sorrateiramente pra te lembrar que você já esteve na situação de quem está lá do outro lado, e não é difícil saber que o silencio é um erro consentido, ele não possibilita tentativas, perde-se por W.O, perde-se por falta, por descuido, perde-se por simples conforto com a derrota. Já acreditei que silencio fosse a melhor resposta, melhor que dizer um milhão de asneiras em ápices de humor – hoje não – por que é necessário dizer um milhão de asneiras, e por que é necessário o silencio ? Desde quando alguém é obrigado a ouvir em silencio o seu disparate sobre aquilo que em 5 minutos não mais será ? E desde quando um silencio precisa durar mais do que os minutos necessários pra colocar água fria na nuca respirar fundo e se permitir raciocinar.
O silencio já levou muita gente embora, já fuzilou esperanças quase se como fosse um campo de batalhas, assim sem qualquer pré anuncio. Um vasto tudo por nada de palavras.
Já tive medo das palavras, hoje, é meu silêncio que assusta, o que em algumas situações seria sim um pelo quadro de misterio provocante, tambem pode se tornar caricatura de temor.
Assim como existem tantas porções de sorrisos, existem também porções de silêncio.
Alguns muito bem vindos – olhos nos olhos e pra que palavras ? – outros dispensáveis, pra que o silêncio pra consagrar um adeus sem o proprio adeus ? você esquece de soltar suas amarras e com isso alguém que não é um 'simples alguém' vai embora pelo simples ato de 'engolir' um simples - FIQUE - mesmo que as vezes ele não saia ou não seja tão fácil como sorrir quando se encontra em extase de paixão, reconheço a dificuldade em corações partidos aprenderem a dialogar, ele está sangrando, e quem consegue sem gentil quando está dilacerado ?
Mais as palavras também podem ser curativos, quase como abraços também podem representar a cura a pedaços soltos do seu orgão filosofico calejado por construir e desmoronar sonhos,vontades, e esperanças - Sente converse, argumente, fale, ninguém te ouvirá se não tiver a voz de dizer o que quer.

Me assusto com as pessoas que acham que silencio é escudo mais o usam como espada
.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

'- (...) Controla-se quase tudo, é controla-se mesmo, o próximo passo, a próxima palavra, a esquiva a qual seguirá e se então a irá percorrer, controla-se beijos, abraços, passos e traços, quase temos todas as nossas atitudes na palma da mão, ainda que manter tanto controle iniba a própria espontaneidade, é possível, é passível, é racional, e limitado - sem duvidas.
Mas não controla-se subconsciente, não controla-se os sonhos, aqueles acordados tudo bem, talvez tenhamos o poder de ao recostar a cabeça no travesseiro desviar os pensamentos, até aqueles incessantes, persistentes, que não pensar já faz o próprio pensar, mais e quando os olhos se fecham, quando as pálpebras se encontram, e desenham uma imagem retilínea na memoria, você balança a cabeça, como se quisesse desfaze-la em fumaça, mais então vem o sono, vem o sonho, e os lençóis transformam-se então no fundo para que se escrever uma nova história, aquela que você não controla como pode controlar a velocidade de dedos e teclado, caneta e papel, que você não descreve o fim, o inicio o meio, ela simplesmente acontece como um filme que você ainda não viu, cada parte é nova, é inédita, as vezes acorda-se com a sensação que já se passou em algum lugar, em outras que você realmente queria ou viver ou esquecer, as vezes assusta, e por outras simplesmente não se lembra, desenha-se no rosto um sorriso que você não irá lembrar, o rosto acorda um pouco mais brilhante e você não sabe que sorriu por quase 8 horas seguidas, mais sente-se bem como se tivesse acontecido algo incrível, e você simplesmente não sabe descrever, bem vido a beleza do divino poder do imaginário.
Eu não sabia se era real, por instantes era realmente real, voltava a minha realidade com aquele 'oi' - eu estou aqui, suave como só você conseguiria dizer, com os mesmos olhos cor de mel me fitavam tão terna e fixamente que eu quase esquecia de tudo que já havia acontecido, era como o fim de um pesadelo e sonho num misto de sensações que desenhava sorrisos - o meu sorriso - o meu espanto, é você? isso é real ? sua mão continuava com o mesmo toque suave, o mesmo jeito de confortar com um toque, seu cabelo desenhava tão bem os contornos do seu rosto que eu sabia, não havia como confundir, me visitava em forma de anjo.
Sentia arrepios no corpo que gritava, 'me abrace' eu preciso sentir de novo o calor que só teu abraço, você sussurrava baixinho palavras quase impossíveis de se ouvir como se fosse o soneto de 'aproveite o momento', não sei se no fundo havia chuva ou música lá fora, meus ouvidos naquele instante só conseguiam ouvir o meu timbre favorito, olhos incrédulos mal avistavam as paredes de um quarto a meia luz, o brilho que vinha de você não cegava, só encantava, hipnotizava, se aproximou como em câmera lenta pra valorizar ainda mais as curvas do seu corpo que se moviam a uma velocidade lentamente tortuosa, e me matava em vontades em uma velocidade avassaladora, seu poder de sedução permanecia - intacto.
Eu não sabia naquele momento se ainda respirava - claro eu respirava, e muito e profundamente - mais mesmo sentindo a aceleração que se passava em meu peito, eu não sabia onde estavam minhas mãos, onde estava, eu mal conseguia sentir algo além do frio congelantemente quente que instaurava-se em meu estômago, como borboletas furta-cor - furta-sentidos, petrificavam minhas palavras que se fossem sair, sairiam saltadas, cortadas, em um sutil gaguejo próprio daquele nervosismo inquietante, como se devolve-se a mim, a meus instintos senti o encaixe perfeito daquele corpo que sempre me pareceu desenhado como encaixe do meu reencontrar e reaquecer, e por fim a camada de gelo que o tempo sem você vinha revestindo minha pele, eu tão pouco ciente da minha força, não me recordava a tempos de um abraço tão apertado, daqueles que falam, aqueles que dizem 'eu preciso de você aqui - 'não se vá'.
Eu sentia que o outro lado da cama não estava vazio, não era um travesseiro amassado era seu corpo ocupando o lugar que você não conhece e mesmo assim desde sempre foi seu, e como se houvesse mágica nos lençóis, tudo virou fumaça quando meus olhos se abriram assustados, te procurando do lado e constatando que o coração que saltava pela boca era reflexo dos sentidos que o travesso subconsciente vinha brincar de reafirmar a existência, com a morfina dos sonhos, vinha tranquilizar e cicatrizas cicatrizes expostas, achando-se confortador esquecendo, que toda palavra que termine em 'dor' não pode ser assim tão aconchegante
Em meus braços havia um travesseiro, a imaginação já havia parado de me fazer imaginar seu corpo e seu abraço, os lençóis bagunçados mostravam minha inquietação durante o desenrolar do momento, os traços do meu rosto, mostravam que eu sorria, era um cansaço diferente, era aquele que fica no rosto quando se sorri por muito tempo, não era triste, era bonito, era mágico, era sublimemente encantador, suspirar e então pensar, é seu sonho fanfarrão, eu bem sei .. ainda é amor, amor que ainda é.
E com olhos distante que fitavam o teto escuro, que a pouco tempo também fazia parte do cenário de um momento digno de fogos de artificio, me fizeram cair em mim, que tanto controle, é quase controle nenhum, por que por certo, nada nunca explicará a magia que é deixar a própria imaginação voar ao embalo dos nossos sonhos secretos.
E como se pra dizer, sempre fica tudo bem, o dia começou mais cedo, com um brilho azul-vermelho de nascer de sol, que te trazia um pouco mais da parte de você que nunca levou de mim. -

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Traços, relapsos.

(...) Cabisbaixa, chutava os próprios pés, fazia calor lá fora, mas não era no calor que ela pensava enquanto percorria a rua olhando o chão, procurava acertar os passos, entender o mundo junto com o compasso que esses iam seguindo, trazia as mãos no bolso, não havia pedrinhas na rua para se distrair vendo-as correr após um impulso de um chute qualquer, queria fugir mais isso era a parte mais complexa.
Relutava contra seus próprios fantasmas, tão apaixonada por sua solidão, ultimamente não conseguia controlar muito bem seus próprios pensamentos, e então ia assim, para quem vê de fora uma cena trivial, para ela, já era um grande sacrifício repetir ‘está tudo bem’ – é um pouco difícil usar o tempo bem, quando parece que tudo assusta um pouco.
Não era o globo terrestre sobre suas costas, ela que tanto se incomodava em não ter conseguido nada, por vezes queria se livrar desse tudo em termos de mundo que possuía, sentia falta da leveza do sorriso tranqüilo, de recostar a cabeça no travesseiro e não sentir medo, sentia falta de uma paz de antes, e sentia mais ainda em pensar, pensar, pensar e não chegar a conclusão nenhuma.
Gastava assim seu tempo vago, estive-se andando a toa, ou até mesmo com uma pilha de papeis a decorar seu ambiente de trabalho, vez ou outra os pensamentos lhe assaltavam a uma nova dimensão e ela ficava presa lá tanto tempo, que era inevitável não voltar de lá um pouco diferente todas as vezes, encontrava seus acertos e erros num mesmo ponto, e quando quase encontrava a solução pra tudo, mais uma vez sentia o medo de não acertar em nada.
Brincava em seu quebra cabeça de lembranças com a inocência de uma criança que traz preso atrás de tudo um belo sorriso sincero, analisa com críticos olhos adultos seus pesares e por vezes sabe que muito poderia ser diferente, aprendeu na pele que ‘se’ não constroem histórias, e aprendeu a dolorosa verdade da ação, reação e conseqüência, era dona de seus atos, mais por vezes não controlava seus pensamentos, e não controlando esses perdia então a essência de suas atitudes, e no final se perguntava simplesmente, até onde sou capaz? Quando quase desistia recuperava suas forças e no ápice delas sentia que precisava desistir, tão apaixonada pelas gangorras na infância, odiava esse sobe e desce que constantemente tomava-a em um todo.
E passaram-se então os menos de 300mts que a separavam de casa, ao abrir o portão não conseguia deixar pra fora tais pensamentos, algo deles já havia se tatuado nela, e lá ia mais uma vez, usar a sua mascara de quem não sente nada fingir que seus medos não existem.
Escondia meus medos em baixo das solas dos sapatos, mais sabia que era a só a próxima oportunidade em estar só, lá estaria ela, então sendo devolvida a sua dimensão em 3D - devaneios, desejos e desastres.